26/07/1990
Paris 1990
Aqui há a consciência coletiva da importância de valores como a liberdade ou o direito à vida.
Quase 10 horas da noite em Paris e em pleno verão de 1990.
É ainda dia. O sol já se pôs, no entanto resta ainda uma luminosidade suave, de tons azuis cinza. Ao longe a silhueta da Torre Eiffel surge já iluminada.
Encontro-me num pequeno bar a ler o "Le Monde" saboreando ao mesmo tempo uma cerveja cuja marca desconheço.
A minha visita a Paris está a terminar. Ficarei ainda por cá durante todo o dia de amanhã, durante o qual me irei despedir destes magníficos recantos.
Há pouco enviei um postal a uma amiga, em que dizia ser necessário conhecer Paris para podermos compreender o mundo. Aqui temos a sensação de ser este o local onde tudo começa e onde tudo vem a acabar.
Aqui se reflete toda a Europa. Ou talvez aqui se venha a refletir toda a Humanidade.
Aqui o passado evidencia-se através da pedra destes imensos monumentos: Notre-Dame, Arc du Triumphe ou La Concorde. É a história dos povos europeus que direta ou indiretamente está aqui refletida. Marcas mais recentes deixadas pelas duas grandes guerras mundiais estão evidentes de forma dolorosa e profunda.
Falei de História. Mas se falasse de arte traçaria igual percurso. Paris sempre se evidenciou como a capital da cultura e das artes.
E se falarmos de ciência ou de tecnologia? A França nunca se afastou dos primeiros lugares. A Torre Eiffel, de esguia silhueta, sintetiza esta interessante simbiose conseguida de forma harmoniosa entre a Ciência e a Arte.
A França surge mesmo como síntese de toda Humanidade. Aqui há a valorização das artes, da estética e da harmonia. Aqui há a consciência coletiva da importância de valores como a liberdade ou o direito à vida.
E tudo isso, quem sabe devido à abertura cosmopolita desta cidade ao longo da história.
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